Bem-vindo aos retro-reviews. Estes textos têm como objetivo sugerir games recentes, mas não muito recentes, que acreditamos que você deva jogar. E como estão no mercado há algum tempo você já deve ter um ambiente que os suporte e deve encontrá-los a preços bem mais acessíveis que os lançamentos. Divirta-se e deixe suas impressões depois de jogá-los.
Uma fera além da realidade
Em 1933 Merian C. Cooper nos apresenta Kong, A Oitava Maravilha do Mundo. Todos conhecem Kong, ou ao menos sabem o que ele é. Infelizmente muitas pessoas não conhecem a história de Kong, de onde ele vem, que criaturas habitam o mesmo local que ele ou qual seu destino. A única coisa que você precisa mesmo saber é que Kong é mais humano que muitas pessoas e por isso sua história merece ser ouvida e, neste caso, merece ser vivida.
Seja Jack e seja Kong
Peter Jackson’s King Kong: The Official Game of the Movie é o nome oficial deste jogo, mas vamos abreviar para King Kong senão sobra pouco espaço pro review. Você estará na pele de dois personagens: Jack Driscoll, famoso roteirista nova-iorquino, e Kong, gorila superdesenvolvido. Na pele de Jack seus controles são de um FPS (first-person shooter) e, diferente de muitos FPS, munição é um recurso finito. Com algum cuidado não faltará munição, mas não desperdice, ou você pode ficar restrito a lanças e pedaços de ossos que, dependendo do inimigo, não passam de palitos-de-dentes crescidos. Como Kong a perspectiva muda completamente, você passa a uma visão de terceira pessoa, com controles simples e funcionais. A Ubisoft utilizou para Kong a mesma engine de Prince of Persia, o que é ótimo. (Mas não, você não pode voltar no tempo. Ou pode, dependendo da interpretação do período do jogo, ou da ilha, ou… bem, deixa pra lá.)
Hostilidade extrema
A Ilha da Caveira, onde passa a maior parte do jogo, é um ambiente incrivelmente hostil. Insetos gigantescos, morcegos mutantes e dinossauros serão alguns dos inimigos que você precisará enfrentar como Jack. Se sua mira for boa e economizar munição você não deve ter muitos problemas, mas não deixe de utilizar os palitos-de-dentes as lanças, pois são bem úteis em vários momentos, como ao prender uma enorme lacraia na parede e depois dar mais um único tiro para exterminá-la.
Em alguns momentos você precisará enfrentar tiranossauros na pele de Jack. Não gaste munição, estes inimigos estão além da capacidade dos humanos no jogo, mas quando você precisar enfrentá-los como Kong, aí sim você terá o auge da diversão. Esmurrar e depois quebrar a mandíbula ou coluna vertebral de um tiranossauro é uma das coisas mais satisfatórias que você fará em um jogo, eu prometo. A sensação de força bruta é muito bem descrita visual, sonora e mesmo fisicamente. Rapidamente você estará pedindo mais.
Adaptado, não transcrito
Se você viu o filme não se preocupe, o jogo não pretende ser o mesmo interativo. Os elementos mais básicos da história estão lá, o início e o fim são os mesmos, incluindo cenas do próprio filme, mas o caminho de um até o outro é diferente e em vários momentos melhor que sua origem.
Uma ótima exceção
King Kong é um jogo baseado em um filme e isso é suficiente para manter muitos jogadores longe dele, afinal vários integrantes deste grupo são, na melhor das hipóteses, sofríveis enquanto a maioria é puro lixo. King Kong é diferente, é um grande jogo, ótima jogabilidade, som envolvente, gráficos muito bons pra época e uma história bem adaptada. Ser baseado em um filme acaba sendo uma grande vantagem, há versões para PS2, Xbox, GameCube, PC e Xbox 360. Jogue, vale mesmo a pena.